sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Degustar vinhos completamente diferentes é um prazer.

Meninas e meninos,
Semana passada tive oportunidade de degustar um vinho, que ainda é experimental, e foram engarrafadas somente poucas garrafas, visto que, como experimento inédito, há que se aprender com ele, e que meu amigo Celso Frizon, do Rancho do Vinho, ganhou. A foto da garrafa até foi motivo de mote ao Loucostelas do facebook.
Pois ele queria a minha opinião, e aproveitamos pedimos a da Gabi Frizon também.
Vocês que já têm algum conhecimento de vinhos sabem que os cortes de mais de 2 uvas, geralmente ocorrem em raríssimos vinhos brancos, como, por exemplo, os Châteauneuf du Pape, que são apenas 10% vinificados como brancos, em relação aos tintos.
Só para ilustrar e comentar um pouco, são vinhos que pela AOC, podem conter corte de até 13 uvas, entre tintas e brancas, quais sejam:
Brancas-Grenache Blanc; Roussane; Clairette; Picpoul; Bourboulenc; Picardan;
Tintas-Grenache; Cinsault; Counoise; Mourvèdre; Muscardin; Syrah; Terret Noir e Vaccarese.
Claro que são vinhos quase únicos em se tratando de aspectos sensoriais visuais, olfativos e gustativos, e o corte leva percentuais maiores desta ou daquela uva que pode transferir aos vinhos sua melhor característica.
No caso que comecei a descrever, só mesmo o enólogo da Fabian, sim, se trata de um vinho Brasileiro, o saberia dizer com precisão, quais percentuais e quais cepas foram utilizadas, mas o que me move a comentar o que vi, senti e bebi, é o inédito de um vinho branco, Brasileiro conter no seu corte 24 uvas, e aqui vão as impressões tomadas do que nominei “Loucuras do Guerino e da Fabian”.
Vinho límpido, brilhante e de um amarelo mais forte, sem chegar ao dourado, mas denunciando idade e estágio em barril de madeira.
Aromas florais predominantes me levam a crer que dentre as cepas utilizadas, algumas são aromáticas, como as Malvasias, a Viognier, Gewürztraminer, por exemplo.
Frutas cítricas aparecem, mas sem predomínio ao floral, também me indicando que algo de Chardonnay deve ter no corte. Sutil especiarias, mais para as vegetais como o funcho.
Em boca acidez não muita marcada, devida talvez à evolução, ou mesmo resultado de uma malolática(indesejada?; proposital?; testada?). Não é vinho fácil de harmonizar, apesar de que para entradas leves e frias como saladas e alguns frutos de mar, deve se dar bem.
Corpo médio, e deixa agradável sensação de boca limpa.
Após algum tempo em taça, abriu mineral e acentuou o funcho.
Espero que as experiências do Guerino continuem e resultem em algo de novo em termos de cortes entre os brancos, que possam vir ao mercado, não ficarem só nas experiências.
Vinhos Fabian
http://www.vinhosfabian.com.br/

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão

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